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Na nova geração de normas, a ISO 9001 foi a primeira Norma a ser publicada e trouxe consigo um novo conceito: Pensamento Baseado em risco.

Já se esperava na altura que existissem diferentes interpretações deste conceito, de tal forma que esta publicação de 2015 acabou por incluir um anexo cujo título já diz muito: Anexo A (informativo) - Clarificação da nova estrutura, terminologia e conceitos.

Um anexo para clarificar terminologia e Conceitos!!! .A ISO 9000, já é, supostamente, uma norma de conceitos e terminologia. Se precisamos de a clarificar,.... deve haver um motivo. Ou vários.

Embora, como calculam, não tenha perguntado a quem fez o primeiro texto desta versão, penso saber que um dos motivos seja o facto de se saber que existirão sempre diferentes interpretações do mesmo texto, mais ainda quando são conceitos novos.

O conceito risco sempre deu azo a muita conversa, e suspeito que há-de dar sempre. As próprias CT da ISO tem trabalhado arduamente para conseguir um consenso mas ...

Todos sabemos que a nossa interpretação vai depender, entre outras coisas, da história de vida, da experiência de cada um. Pessoas com experiências na área de risco, vão ter uma análise diferente das que trabalham noutras áreas.

Mas analisemos o que nos dizem os referenciais. E já agora o histórico das versões anteriores. Em 0.3.3. diz: " O conceito de pensamento baseado em risco estava implícito nas edições anteriores desta Norma,.." e dá alguns exemplos. Já agora vou tentar dar mais alguns numa linguagem muito simples:

  • Em todas as versões anteriores se dizia que os contratos tinham que ser analisados(diz revistos), antes de serem assinados de forma a assegurar que a organização tem capacidade para cumprir aquilo com que se compromete. Será isto pensamento baseado em risco?

  • Também em todas as versões dizia quando a organização quando faz compras deve ser rigorosa a seleccionar os fornecedores e deve fazer as encomendas com toda a informação necessária à correta identificação do que se pretende comprar. Será isto pensamento baseado em risco?

E podia continuar por aqui fora... Na verdade o Pensamento Baseado em risco sempre esteve na ISO 9001, só não se chamava assim. A palavra risco não aparecia.

E para cada uma destas exigências não era feita nenhuma lista de riscos nem nenhum dos documentos que estamos habituados a ver para tratar este tema.

E hoje, será que se exige? Pois vai depender de quem ler...

A ISO 9001 fala muito de risco, mas em nenhum local fala de gestão do risco (excepto no anexo para fazer explicações). Em nenhuma cláusula, em nenhum requisito obriga a documentar o tema ou a aplicar alguma metodologia específica para o efeito seja lá a Análise Preliminar de Perigos ou outra.

No Anexo A diz mesmo: "... Embora em 6.1 se especifique que a organização deve planear ações para tratar os riscos, não há nenhum requisito para métodos formais de gestão do risco ou para um processo documentado de gestão do risco ... "

Pensamento Baseado em Risco,... Pensamento.... É necessário gerir o Sistema de Gestão da Qualidade com este pensamento presente: o que pode correr mal? o que pode correr bem?

Todas as decisões que tomamos devem ser precedidas deste pensamento e devem ter a resposta as estas perguntas em linha de conta.

Podemos fazer isso documentando ou não.

Cada organização deverá ponderar qual a melhor forma para a sua realidade. Se há alguma sugestão que possa dar é que escolha uma metodologia simples mas não ceda à tentação de não fazer nada só porque isso é mais fácil.


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Atualizado: 31 de mai. de 2020

Coitado do plástico, tenho pena dele!


O plástico foi considerado o maior inimigo do planeta. É ele o responsável pela morte dos animais, pela poluição dos oceanos,.... sei lá,... sei lá,... sei lá. O plásticos e os mais velhos que "assassinaram" o planeta.


Todos os jovens ( e não jovens) decidem fazer campanhas dizem eles, de salvação do planeta. E alguns até se orgulham de dizer que os pais deles foram os responsáveis pelo estado atual do planeta.


Tal qual, nem podia ser de outra forma. Já no tempo do Sócrates (o da Grécia) os jovens diziam que tudo o que os pais deles faziam estava errado, era coisa de velhos... por isso essa coisa da responsabilidade ser dos mais velhos, está velha!


Eu faço parte desses velhos e vou contar-vos duas ou três coisas. Poucas que o tempo é muito valioso.


Em minha casa nenhuma comida vai para o lixo, nem a que sobra, nem a que eu não gosto. Há sempre algo que posso fazer com os restos,... com as cascas, com aquilo que muita gente chama lixo. E se não gosto não compro, ou compro menos quantidade. E muito menos essa coisa de; isto não gosto que tem gordura, aquela porque é um nadinha rija, a outra porque tem espinhas,... tanta gente a passar fome,...


Não compro refrigerantes e muito menos pacotes individuais. Não compro garrafas de água para beber quando tenho na torneira água potável.


Não compro roupa nem sapatos nem malas, nem .... todos os anos quanto mais várias em todas as estações. Uso-as enquanto estão boas e quando não estão adapto.


Não compro sacos para por o lixo, porque aproveito os sacos de outras coisas. Não mudo de carro de 2 em 2 anos nem sequer de 5 em 5, nem sequer de 10 em 10, nem tenho um carro de alta gama. Ah e já agora ando muita vez a pé.


Só tenho uma televisão, com mais de dez anos e também só tenho um telemóvel também com vários anos.


Uso a água de lavar legumes para as plantas ou para a casa de banho.


E já agora, não deixo lixo no meio do chão, não atiro pontas de cigarros para o chão (é fácil que não fumo), não deixo as garrafas de cerveja no meio da rua, não atiro lixo da janela do carro, não deixo o cócó do cão no meio do jardim, não...


E sim, eu sou responsável pela poluição. Apesar de tudo isso existem coisas que não posso evitar, tenho que me vestir, uso carro, como, gasto energia,... e claro que acho que todos devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance.


Mas sejamos razoáveis e coerentes. Fazer manifestações e mais 500 mil coisas daquelas que dá para aparecer nos telejornais e esquecer tudo o resto,... é no mínimo estranho


Esta questão do planeta que tanto se fala está um bocado equivocada. Não é necessário fazer guerra ao plástico, nem ao consumo animal. Claro que se deve usar com racionalidade, de acordo. Mas, se nada mais se fizer, trocar as colheres de plástico por colheres de madeira a única coisa que vai fazer é que em vez de ter o oceano inundado de plástico passará a ser de madeira e ainda por cima acabará com as árvores. Trocar sacos por folhas de bananeira... e até quando duram as folhas de bananeira?


Não é o plástico o inimigo. O lixo não vai parar ao mar sozinho, nem às nossas ruas, nem aos nosso jardins.


O inimigo somos nós. Nós que consumimos desenfreadamente, nós que atiramos todo lixo ao chão sem respeito nenhum, nós que temos que ter sempre o mais recente modelo de tudo, desde o carro ao telemóvel, ao vestido,... consumimos desenfreadamente tudo aquilo que nem precisamos. E ainda dizemos coisas giras como: Também merecemos, também temos direito!


Ah! e ainda acrescentamos que não é nada disso porque o nosso consumo é insignificante ....


Sim, os mais velhos são responsáveis,... fomos nós, os "velhos" que permitimos tudo isto, que deixámos que os valores se perdessem, que permitimos a valorização do ter e do parecer,... fomos nós sim.


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Atualizado: 31 de mai. de 2020

Muito se fala em liberdade nos dias que correm. E bem.


Também muito se fala em assertividade . E bem. Mas como em todas as coisas é importante saber do que se fala.


Diz-se com alguma frequência que as palavras não ditas trazem doença e por isto devemos dizer tudo o que pensamos e sentimos. Há mesmo quem diga que não temos nada que nos preocupar se os outros gostam ou não, muitas vezes usando mesmo a expressão: quem gosta, gosta, quem não gosta temos pena!


Pois bem, de facto eu acredito que as palavras não ditas fazem um trabalho imenso em nós e na maioria das vezes não é nada positivo. E sim, eu também acredito e digo que devemos dizer o que pensamos e sentimos, sob pena do "não dito" nos atormentar a mente  e o corpo.


Mas nem toda  a liberdade que temos hoje, nos dá o direito de dizer tudo o que nos apetece da forma que nos apetece sem considerar o respeito que devemos ter pelos outros.


Há quem diga que pessoas assertivas são pessoas diretas. E sim, ser direto é uma das características da comunicação assertiva. Na verdade eu costumo dizer de outra forma mas na essência não estamos a dizer coisas muito diferentes. Eu costumo dizer que  a linguagem assertiva, entre outras coisas, tem por base a transparência da linguagem. Ela é verdadeira, ela é clara, é transparente, sem nada a esconder.


Mas outra característica da assernividade, não menos importante, é o respeito pelo outro, na sua totalidade. O respeito pelos seus sentimentos, pela sua cultura, pela sua história de vida, pelas suas crenças, pelos seus valores,...


Então, sim eu posso, e diria mesmo devo, dizer aquilo que penso e/ou sinto. Mas a título de exemplo isso não me dá o direito de chamar os outros de bestas, burros, incompetentes, ladrões, estafermos,....


Os outros têm o direito de pensar de forma diferente de mim, seja lá sobre que tema for, e não tenho que os ofender por isso.


Podem até estar a fazer coisas que eu ache completamente erradas, mas sou eu que acho,... não quer dizer que seja. Pode até ser que este meu achar se fundamente em artigos, livros, noticias,... que também elas são só a versão do seu autor, seja ele quem for. Ah mas aquela estação é muito credível,... ah mas aquele autor é doutorado,... ah mas é uma organização conhecida no mundo inteiro.... sim,... e... ?  Isso quer dizer que os outros não podem pensar de forma diferente deles?...


Se eu quero ter a liberdade de pensar o que penso de sentir o que sinto e poder manifestar-me sobre isso sem ser ofendido/a, então também tenho que aceitar que os outros façam o mesmo.

Como todos sabemos até é comum dizer-se que a minha liberdade termina onde começa a do outro. 


Talvez também por isso existe o código penal dedica alguns artigos a crimes relacionados com difamação,  injúria, calúnia,...


E, mesmo que hipoteticamente, os outros estejam a fazer algo que seja proibido, que seja crime público, sei lá .... tantos argumentos que usamos para dizer que os outros não tem o direito( e a liberdade) de fazer e dizer o que fazem ou dizem...


Mesmo que isso aconteça, mesmo que os outros estejam a fazer algo que seja proibido, que seja crime público,... eu posso manifestar-me, pedir que não façam,... mas quem sou eu para os ofender, para fazer justiça por mim?


Se falar sem desrespeitar não for suficiente, é minha obrigação informar as autoridades competentes. É para isso que elas existem. É por isso que vivemos numa sociedade livre mas com regras.


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